terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Teresa de Jesus Diniz, 87 anos

Qual era a sua arte?
Eu cá então era só tapetes. Já quando eu comecei era tapetes. Mas a minha mãe tecia linho e aquelas coisas de... favo. Era tudo tecido, mas era em favo. Era o nome das toalhas que teciam. Eu cá então foi só tapetes. Já quando eu entrei, já quando eu aprendi já não... a mãe já não tecia favos nem... já não aprendi aquilo, foi só tapetes. Mas ainda estive mais de vinte anos, mais de trinta anos a tecer.

E a senhora ganhava algum dinheiro?
Aph! Naquela altura o senhor não sabe que as coisas não davam, não serviam de nada. Era a fazenda e aquelas coisas que depois não dava para nada.

O que é que a senhora fazia?
Eu tecia, punha o preço no algodão e no meu trabalho, é que lidava os tapetes, para vender. Sabe que nem toda a “estacia” tinha linho. Tenho ali um rolo de tapetes se quiser tirar retratos...

Tinha alguém que a ajudava?
Eu cá trabalhava era só... sabe que no tear é uma pessoa só que trabalha. Eles é que faziam os retalhos e vinham trazer, depois eu tecia e eles levavam, pagando.

Havia mais teares nos Lameiros?
Teares, a Candinha tem o dela... Bem, se o senhor quiser tirar o retrato eu vou ali com a Teresinha, ela deve estar em casa...

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