quarta-feira, 10 de março de 2010

Manuel José, 80 anos

O senhor ainda se lembra da olaria?
- Lembro-me da olaria e do que eles faziam lá. Faziam tijolo, telha de canudo, “ressalgas”, “escuseiros” e o que mais, tinha mais um nome... púcaras, que era de ir buscar água, com uma asa e um bico para depois despejar a água... Havia lá quatro coisas... telhas de canudo, que já disse, “ressalgas” de salgar carnes, umas grandes e outras pequenas, púcaras, infusas, já eram essas coisas que era de ir buscar água, com um bico e uma asa e telha de canudo.

Quantas pessoas trabalhavam lá?
- Cinco ou seis pessoas. Uns a cozer e outros a amassar a massa, e outros a “botar” dentro da “machina” para aquilo andar de roda, andar de roda e... Depois de estar a massa feita, é o caldeirão a cozer, até ficar seca, aquilo estava seca, eles tiravam para a rua para ela ir secando à viração.

Eles trabalhavam durante todo o ano?
- Era meses, parava não sei quantos meses, dois ou três meses, ementes eles ainda tiravam mais massa, mais... não se preparavam com lenhos, que aquilo era com lenhas.

E fabricavam muitas peças?
- Naquele tempo, minha mãe, naquele tempo toda a gente tinha duas ou três peças para salgar carne, vinho e alhos, para buscar água à fonte que era com aquilo, com aquelas púcaras, tinha uma asa...

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